Dia Internacional da Mulher



Em 1977 o dia 8 de março foi reconhecido oficialmente como o Dia Internacional da Mulher. Erroneamente a data é atribuída ao episódio de um incêndio dentro de uma fábrica têxtil nos Estados Unidos em março de 1911 resultando na morte de mais de 100 operárias. Um erro proposital para esvaziar a luta das mulheres do início do século XX por melhores condições de vida e pelo direito feminino ao voto.

Essa luta aconteceu em vários países, por exemplo, nos Estados Unidos em maio de 1908 quando 1500 mulheres operárias paralisaram suas atividades em prol de igualdade política e econômica. Ou na Rússia imperial, em 8 de março de 1917, quando 90 mil operárias fizeram uma passeata exigindo paz e direitos em uma grande manifestação contra o imperador Nicolau II e a Guerra Mundial.

Essas lutas permitiram às mulheres a conquista gradativa de alguns direitos, mas foi somente em 1945 que a ONU firmou princípios de igualdade entre homens e mulheres, porém em muitos países essa igualdade ainda não é plena.

No Brasil, segundo dados do IBGE, as mulheres têm renda inferior à dos homens, sobretudo em profissões de maior escolaridade, segundo a OMS temos a 5ª maior taxa de feminicídio do mundo, sobram casos de violência doméstica e de todos os tipos de abuso contra as mulheres.

Se o dia 8 de março ganhou caráter predominantemente festivo com parabéns, rosas vermelhas e algumas promoções no comércio, precisamos usá-lo também para uma reflexão sobre as condições das mulheres em nossa sociedade, afinal, apesar das inúmeras conquistas, elas ainda sofrem com situações que deveriam estar superadas há algum tempo.

Neste ano a CNBB escolheu para a Campanha da Fraternidade o tema “fraternidade e superação da violência”. Atitudes diárias de combate à violência, de forma conscientes, fraternas, humanas e, sobretudo pacíficas, são nossos deveres em prol de um mundo melhor e da igualdade entre os gêneros.

Prof. Vagner Luiz